Fone de ouvido para dois
- matheus-cosmo
- 2 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de dez. de 2024
Manuela Andrade

Ela sempre ouviu o brega
E ele sempre ouviu o óbvio
Ela sempre falou a verdade
E ele nunca aprendeu a falar
Eu os via dividindo um fone de fio
Onde suas orelhas se encontravam enquanto as outras se conectavam
Ouviam a mesma melodia
Seu cabelo loiro escuro ficava lindo na luz do dia
E ele com pouca experiência tocava músicas no violão enquanto a ouvia
Ele sabia que isso era melhor; então, ela sorria
A música que escutavam tinha a mesma letra e batida
Era linda
Era mágica
Era sentimento
Ele era rock e encontrou o amor que amava seu toque
Ele tocava e ela cantava
Ele tirava o fone e ela colocava mais músicas na fila
Ela queria amar e ele queria saber como ficar
Ela sabia que ele era o amor da sua vida mas ele não sabia amar
Ele corria e ela vivia
Ela queria alguém e ele sem saber o que queria
Ela é de escorpião e para ela a segunda chance se torna ida
E com o tempo virou ferida
O para sempre acabou em uma tarde de segunda
Ela se mostrou profunda e ele chorou
Ela tentou o acolher e ele nem sequer ficou
acabou.
O cabelo já não se encontrava no sol; então, ela pintou
Ele fugiu, e ela ligou
Ninguém a contou que sentiria tanta saudade
Mas o amor ainda é bobo nessa idade
Ou não
A melodia deles continua a mesma, a letra já está diferente
A dela coerente
E a dele recorrente
A única coisa é que agora os fones de ouvidos são compartilhados com pessoas diferentes
E ela está bem: não precisa se fazer presente
Ele tá cansado; afinal, o passado assombra a gente.
Kommentarer