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Fone de ouvido para dois

  • matheus-cosmo
  • 2 de dez. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2024

Manuela Andrade


Ela sempre ouviu o brega

E ele sempre ouviu o óbvio

Ela sempre falou a verdade

E ele nunca aprendeu a falar

Eu os via dividindo um fone de fio

Onde suas orelhas se encontravam enquanto as outras se conectavam

Ouviam a mesma melodia

Seu cabelo loiro escuro ficava lindo na luz do dia

E ele com pouca experiência tocava músicas no violão enquanto a ouvia

Ele sabia que isso era melhor; então, ela sorria

A música que escutavam tinha a mesma letra e batida

Era linda

Era mágica

Era sentimento

Ele era rock e encontrou o amor que amava seu toque

Ele tocava e ela cantava

Ele tirava o fone e ela colocava mais músicas na fila

Ela queria amar e ele queria saber como ficar

Ela sabia que ele era o amor da sua vida mas ele não sabia amar

Ele corria e ela vivia

Ela queria alguém e ele sem saber o que queria

Ela é de escorpião e para ela a segunda chance se torna ida

E com o tempo virou ferida

O para sempre acabou em uma tarde de segunda

Ela se mostrou profunda e ele chorou

Ela tentou o acolher e ele nem sequer ficou




acabou.




O cabelo já não se encontrava no sol; então, ela pintou

Ele fugiu, e ela ligou

Ninguém a contou que sentiria tanta saudade

Mas o amor ainda é bobo nessa idade

Ou não

A melodia deles continua a mesma, a letra já está diferente

A dela coerente

E a dele recorrente

A única coisa é que agora os fones de ouvidos são compartilhados com pessoas diferentes

E ela está bem: não precisa se fazer presente

Ele tá cansado; afinal, o passado assombra a gente.

 
 
 

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TREM DO PENSAR

SOBRE MIM

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Professor e Doutorando em Estudos Comparatistas da Literatura, junto ao Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo (DTLLC-USP), com um projeto de pesquisa acerca da obra de Bertolt Brecht. Mestre em Artes Cênicas, com título fornecido pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), coorientado pelo Instituto de Psicologia da USP, e o subsídio integral da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que apoiou o projeto dedicado ao estudo da arte e da cena contemporânea. Bacharel em Letras, com habilitação em Português e Linguística, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP/2015), com licenciatura plena para o ensino de língua portuguesa, concedida pela Faculdade de Educação da mesma universidade (FEUSP/2015). No segundo semestre de 2016, recebeu menção honrosa junto ao Programa Nascente, da Universidade de São Paulo, por seu texto "[h]a-histórico", premiado na categoria de dramaturgia. É parte do Conselho Editorial da Revista Aspas, do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA-USP. Atualmente, tendo feito apresentações em território nacional e europeu, é estudante de psicanálise, junto ao Instituto ESPE, e professor da Rede SENAC, especificamente do SENAC de Artes, localizado na região da Lapa, em São Paulo.

A plataforma diários[in]versos foi idealizada por Matheus Cosmo, montada por João Pedro Neves e contou com contribuições de Caique Chagas. A ideia original é que, a cada bimestre, um novo número seja produzido e publicado nesta mesma página, como uma revisão e renovação constante de seu próprio material. O intuito é revelar cada vez mais novos talentos, propiciando que sujeitos historicamente silenciados encontrem seu espaço de pertencimento, com a possibilidade do canto, da conversa e da leitura a seu favor.

 

Para mais informações, basta escrever para: matheus.csdias@sp.senac.br

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